<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar/19015314?origin\x3dhttp://abarcadelyra.blogspot.com', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

30.1.06

Daniel,
Fiquei feliz com a tua lembrança.
Eu? Eu ando assim meio tudo, meio nada. Sim, sei a causa de. Mas também sei os efeitos que provoca. Raios! Tenho medo!
Uma pessoa habitua-se a determinadas coisas. O estar quieta e sossegada até é confortável. Habituamo-nos a tudo acredita. Há dias em que estamos mais desassossegados, mas até com isso aprendemos a lidar. Habituamo-nos é o que é. E depois um dia quando já não contamos com nada (a vida é mesmo assim. Traiçoeira. É sempre quando menos esperamos.), aparece algo que abala as nossas certezas. As certezas que fomos semeando, que regamos e fizemos crescer para nos protegermos do mundo. Dos outros. A vulnerabilidade sempre me deu cabo dos nervos. O não ter o controlo de. De mim por exemplo. É. Tenho medo!
Acredito que saibas do que falo, neste meu tudo-nada. Sabes sempre. Mesmo quando eu te falo nesta minha maneira estranha. Em que as palavras parecem todas suspensas em árvores, à espera que venha a chuva para que possam cair como gotas de orvalho. São os olhos. Sim, a falta de olhar nos olhos que me põe este medo aqui dentro.
A Ana, chamava-me muitas vezes de "bruxa". Ria-me com ela. Dizia-lhe que não e ela respondia-me que não conhecia mais ninguém que lê-se a alma toda que vem escrita nos olhos como eu. Disse-lhe muitas vezes que há pessoas que não consigo ler. Simplesmente porque são ilegíveis, indecifráveis. A Ana partiu. Soube-o hoje. E sabes, não consegui ler-lhe um adeus nos olhos da última vez que estivemos juntas. Sei que estava lá escrito algures. A alma sabe sempre essas coisas. A hora da partida. A hora em que o comboio chega. Quando soube olhei para o céu e alegrou-me acreditar que a Ana está lá em cima a pentear os caracóis dos anjos e a arranjar-lhes as asinhas para que andem equilibradas. Equilíbrio interior era o que ela dizia que me faltava. E eu sorria.
Não Daniel, não é só a partida da Ana que me causa frio. Ela está lá a cuidar dos anjos. É este medo. Arriscar é sempre um jogo de roleta. E para te falar a verdade não sei se aguento andar a jogar outra vez.

8 comments:

Anonymous Anónimo said...

Esta È a Lyra! :)
Bjinho
Sandra G.

4:16 da tarde  
Blogger Raio de Sol said...

lindo... é linda a forma como escreves...claro que ela está a pentear anjinhos, lá onde ela estiver, vais estar bem...espero que também fiques ...jinhuz

5:36 da tarde  
Blogger Menina Marota said...

... lá onde está, tem um sorriso de ternura no olhar, porque nos meus, solta-se um lágrima, que não consigo evitar...

Recordações de outra "Ana"...

Um abraço

6:32 da tarde  
Blogger VdeAlmeida said...

A vida é sempre um jogo, Lyra. E ganhamos muitas vezes...

7:03 da tarde  
Blogger damadespadas said...

Como eu te entendo...até parece que me lês - te a alma :)Melhor era impossível.
Um beijo em ti

10:22 da tarde  
Blogger musalia said...

a tua carta tocou-me, não vou dizer porquê. ou talvez sim, um pouco: esse medo é-me familiar.
mas tenta vencê-lo, eu não consigo...
beijos.

11:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Tinha saudades tuas!
S.G.

9:32 da tarde  
Blogger AlmaAzul said...

Afinal há tantos lugares melhores que aqui e agora... :)
E acho que ultimamente os anjos que me tenho encontrado estão efectivamente mais penteados :)
Ah, e os nossos hábitos só nos parecem bons enquanto não nos livramos deles... ;)
Abraço-azul

6:32 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home