Sabem quando a escrita, parece, já não nos leva a lugar nenhum? Já não nos alivia dores, já não faz sentido. Quando os recados estão todos dados, os beijos todos espalhados, os abraços retribuidos. A minha escrita anda assim. Sem fundo onde se sustentar. Continuo a escrever assim, da boca para fora, sem pensar muito naquilo que escrevo. Só tem que se abrir o coração e escrever como se falassemos com um amigo, no entanto nem aqui nem no outro lado mais escuro, consigo encontrar-me. Leio-me como se da escrita de alguém que não conheço se tratasse. São fases dizem-me. Bem sei, ou não fosse eu de fases também. Porém é muito estranho quando nos lemos e não nos reconhecemos ou quando achamos que já não temos ou queremos dizer mais nada e no entanto continuamos como uma torneira que já só pinga.
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